No sofá com a empreendedora Andreia Melo

Qual a tua atividade profissional?

Trabalho com Desenvolvimento Humano & Animal, através de Coaching e Terapias Holísticas. O meu propósito é apoiar pessoas que se encontrem em processos desafiantes e de auto-conhecimento. Para isso, criei o Projeto Sinta Sint(r)a – uma jornada de expansão de consciência, que pode ser consultado nas minhas redes sociais: @andreiamelocoaching (instagram) e Andreia Melo Coaching e Terapia Holística (Facebook). Acredito que o auto-conhecimento e a expansão da consciência, ampliam a prosperidade em todas as áreas na nossa vida.

Os animais sempre foram uma das partes importantes da minha vida e do meu trabalho. Ao trabalhar energeticamente com eles, nomeadamente as suas dores emocionais e físicas, também estou a ajudar os tutores a compreenderem melhor aquele Ser, as suas necessidades e missão para com eles.

Quando sentiste o “chamamento” do empreendedorismo na tua vida?

Já passaram mais de 20 anos… diria que o empreendedorismo foi algo muito natural que ocorreu, fruto de diferentes variáveis: por um lado, sempre fui uma mente inquieta pela descoberta e vontade de aprender, para aplicar de forma autónoma. Acabava por fazer outras coisas, para além do previsto no trabalho por conta de outrem. Este facto, aliado ao sentimento de que para concretizar os meus sonhos, precisava de arriscar e criar um plano sustentável que permitisse o meu desenvolvimento, tornaram a decisão de empreender bastante óbvia para mim. É muito interessante perceber o impacto que esta decisão teve, na forma como vejo e contribuo para o mundo em que vivemos hoje.

Como começaste o teu percurso empreendedor?

Depois de 9 anos em trabalho de secretariado, no qual me sentia completamente frustrada e já com a licenciatura em Sociologia praticamente terminada, fui convidada para comercial na área imobiliária em 2002. Eu sempre adorei pessoas e ajudar com os meus conhecimentos. Para além disso, tinha a possibilidade de rendimentos que me permitiriam realizar os meus objetivos. Nem hesitei. E foi uma grande escola, pela qual sou muito grata.

Que dificuldades encontraste neste percurso e como as contornaste?

A primeira dificuldade teve a ver com a imagem da profissão. Eu dizia que “gostaria de humildemente contribuir para a profissionalização e imagem do setor”, o que inclusive me levou à área da formação. Mas as maiores dificuldades enquanto empreendedora, residiram na falta de literacia financeira e desconhecimento de gestão que eu tinha na época. Tem sido uma grande aprendizagem teórica e prática, de tentativa e erro.

Depois, a atualização constante nas diferentes formas de chegar aos clientes, pois o mundo em que vivemos tem tido transformações gigantes a esse nível nos últimos vinte anos. A aprendizagem contínua, descobrir os parceiros certos e, quando possível, delegar serviços a quem percebe melhor do que eu, tem-me permitido navegar e ir desenvolvendo o meu trabalho.

Comparando a tua atual atividade profissional empreendedora com o trabalho que tinhas antes, que diferenças destacas?

Como tudo na vida, foi um processo e a passagem por cada uma das atividades anteriores, deu-me ferramentas que me permitem estar hoje nesta atividade com maior lucidez, serenidade e com a confiança certa de que mais aprendizagens virão. Mas, respondendo de forma concreta, a essência interna de ajudar pessoas mantém-se. Diferencia-se pela diminuição da pressão que era própria do setor em causa. Acrescentou a possibilidade de cumprir uma missão que trago para os animais. Mas enquanto empreendedora, mantém-se a disciplina, a busca por soluções e aprendizagem que amplie o meu auto-conhecimento e, consequentemente, um melhor serviço a quem me procura.

Que dicas gostarias de partilhar para quem quer dar os primeiros passos numa carreira empreendedora?

Invista não apenas no seu conhecimento técnico, mas também de gestão, contabilidade, financeira e de vendas. Estes serão essenciais. Planifique, com a flexibilidade mental e emocional de que nem tudo vai resultar exatamente como previu. Invista nos relacionamentos humanos. Afinal, antes de empreendedores, somos todos pessoas, não é? Encontre parceiros e grupos, não apenas onde venda o seu produto ou serviço, mas sobretudo onde se apoie e possa apoiar os outros. E divirta-se no caminho. Torna tudo melhor.