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No sofá com a empreendedora Cláudia Vieira

Qual a tua atividade profissional?

Sou Business Organizer. Pretendo ajudar os empreendedores e negócios, através de diferentes estratégias, métodos e ferramentas, a simplificar o seu negócio e a ganhar mais do seu ativo mais importante, o tempo.

Esta área surgiu quando descobri que o meu “super poder” reside na capacidade de simplificar processos e procedimentos e na organização dos mesmos. Em pesquisa percebi que é uma necessidade de muitas pessoas, ainda que muitas ainda não o saibam, e que aquilo que via como intuitivo não o é para a maioria. Descobri que ser “organizadora empresarial” é reconhecido em diferentes países e decidi desta forma aproveitar o que de melhor sei fazer para ajudar o tecido empresarial do nosso país.

Acredito que a organização de um negócio é base para que seja sustentável a longo prazo. Assim, ajudo em diferentes áreas, da documentação física e digital (estrutura de pastas, nomenclaturas, organização de clouds) à criação e simplificação de procedimentos (criação de manuais de procedimentos, implementação de plataformas colaborativas, simplificação de procedimentos já existentes, etc).

Quando sentiste o “chamamento” do empreendedorismo na tua vida?

Penso que em 2022, depois de perceber que a vida que levava não era a que queria seguir. Despedi-me do local onde trabalhava sem ideia do que fazer…e a procura pela minha paixão não foi fácil, ou melhor, não tem sido fácil. No entanto, a minha vontade de estar constantemente a aprender novas áreas impulsionou-me e, embora com ideias bem mais concretas atualmente, acredito que ainda me encontro nesta busca constante. Sabia que trabalhando por conta de outrem nunca conseguiria fazer aquilo que gostava, como gostava. Assim, quando encontrei aquilo que realmente de fazia sentir realizada decidi por “pés ao caminho” e procurar trilhar o meu próprio percurso. “Quem não arrisca, não petisca” já dizia o ditado!

Como começaste o teu percurso empreendedor?

Penso que tudo começou realmente na altura do Covid, ainda a trabalhar como farmacêutica numa farmácia comunitária, altura em que, por motivos de força maior, fui motivada a pegar nas rédeas de algumas áreas e fazer alterações nos procedimentos e na realização de diferentes tarefas. Com isso, seguiu-se a frustração de não poder concretizar o que idealizava por estar “presa” às ideias e mentalidades alheias. Decidi então perceber o meu lugar no mundo, despedi-me com ideia de ser programadora de informática, trabalhei como gestora de E-Commerce, mas acabei por encontrar a minha vocação na organização de negócios.

Que dificuldades encontraste neste percurso e como as contornaste?

Comecei com a dificuldade em perceber o que realmente queria fazer. E, quando descobri, como por em prática? A realidade que encontrei em países como o Canadá, Brasil, Estados Unidos e até na Índia difere muito da nossa nesta área. Organização, estrutura, pensamento a longo prazo, escalabilidade… trazer algo que poucas pessoas falam e para a qual ainda há pouca consciencialização e preocupação tem sido a minha grande luta. Há quem não pense sequer na questão, há quem não acredite que seja importante, há quem não lhe dê a importância necessária. Existe uma inércia no que toca a desenvolver alguns aspetos que tem de ser ultrapassada. Ouço muito: “Que interessante o que tu fazes!” ou “De facto, nunca tinha ouvido falar de tal, é um trabalho muito importante para os negócios!”, mas dar o passo…

Neste momento, tento dar-me a conhecer, mostrar que existem pessoas que fazem o que eu faço e que esta área é uma mais valia gigante para qualquer negócio. A presença em diferentes grupos de networking tem-me permitido contactar com profissionais das mais diferentes áreas e passar a minha mensagem.

Comparando a tua atual atividade profissional empreendedora com o trabalho que tinhas antes, que diferenças destacas?

Além da área ser completamente diferente, destaco várias diferenças, nomeadamente na possibilidade de poder trabalhar de casa, ou em qualquer outro lugar, a flexibilidade de horário para poder programar a minha vida da melhor forma, a diminuição da frustração de ter de trabalhar seguindo missões e valores nos quais não me revia… E não podia deixar de referir a atual inexistência do anterior stress e ansiedade ao domingo à noite só de pensar que no dia seguinte era dia de voltar ao trabalho. Agora posso trabalhar no que realmente me faz sentir bem e realizada. Se tudo são rosas? Não. Também tem as suas dificuldades, mas quando encontramos algo que nos motiva, conseguimos ultrapassar os obstáculos com outro ânimo.

Que dicas gostarias de partilhar para quem quer dar os primeiros passos numa carreira empreendedora?

  • Procura encontrar aquilo que te faz sentir realizada. Não esperes pela solução perfeita e não acredites que “quem trabalha por gosto não cansa”, mas acredita, sim, que quem trabalha por gosto sente-se feliz e realizada.
  • Procura rodear-te de pessoas que estejam dispostas a ajudar, que saibam mais do que tu e em quem te possas apoiar quando precisas.
  • Informa-te sobre diferentes assuntos relacionados com o empreendedorismo como contabilidade/finanças e marketing.
  • Tem um espírito aberto. As coisas irão dar algumas voltas, o plano inicial nunca será o perfeito e irá sofrer várias alterações pelo caminho. É aceitar e saborear a viagem.

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