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No sofá com a empreendedora Manuela Carrondo

Qual é a tua atividade Profissional?

Sou criadora dos Programas Online “Tricot Essencial – da primeira malha ao Teu primeiro projeto” e “A Camisola Perfeita – fui Eu que fiz!!”, nos quais ajudo pessoas a melhorar o seu desempenho no Tricot e a adquirirem a autonomia para projetarem e realizarem as suas próprias criações.

Sou consultora de Tricot na revista Especial Tricot e Especial Bebé, da Editora Arteideias na qual sou autora de mais de 100 peças publicadas.

Criei a Comunidade Clube de Tricot 4ever-y1, onde se reunem várias pessoas que têm o Tricot como hobby e que pretendem melhorar as suas aprendizagens, conhecer novos modelos e técnicas, e esclarecer dúvidas.

Sou a fundadora do Instituto Português do Tricot, que tem como missão: 1.Promover e valorizar o Tricot enquanto expressão artística; 2.Formar uma nova geração de profissionais de Tricot, altamente qualificados; 3.Divulgar os benefícios da prática do Tricot e a sua transversalidade etária e de género.

Sou a criadora do Programa “Protricot – do Hobby ao Negócio”, a única certificação em Portugal em negócios de Tricot, pelo método registado Protricot, do qual sou autora, no qual ajudo pessoas a desenhar e a estruturar os seus negócios de Tricot, dando apoio na sua implementação na Academia Protricot, exclusiva para alunos certificados.

Promovo workshops presenciais de Tricot, como forma de divulgação do Tricot e dos seus benefícios, em todas as faixas etárias.

Sou ainda a criadora da Arca Mágica, marca nacional registada de roupa para bebé, com artesanato certificado pelo Cearte e com o Selo Portugal Sou Eu.

Quando sentiste o “chamamento” do empreendedorismo na tua vida?

Na verdade, eu creio que sempre fui empreendedora, desde muito nova. Sempre gostei de ter projetos e de os concretizar. Além de considerar que sempre estiveram presentes na minha vida, creio que sempre foram o “combustível” para a minha felicidade.

Como começaste o teu percurso empreendedor?

Sou de uma geração em que os pais nos aconselhavam (e, nessa altura, justificadamente), a tirar um curso do nosso agrado e encontrar um emprego estável, preferencialmente para toda a vida. E foi isso que fiz. Como sempre fui criativa e a minha vocação sempre foi ensinar, fiz o Curso de Arquitetura, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e, apesar de ter exercido no início, não descansei enquanto não ingressei na escola pública como professora. Passaram-se mais de 30 anos e eu já não estava feliz, mas creio que não teria arriscado, não fora uma série de circunstâncias inesperadas na minha vida, que me abriram esse caminho.

Hoje considero que isso acontece com muitas pessoas. Já não são felizes profissionalmente, mas o conforto do que já conhecem, ainda que mau, é mais forte do que o medo do desconhecido, ainda que mais feliz e promissor.

Que dificuldades encontraste neste percurso e como as contornaste?

Para mim, as principais dificuldades do empreendedorismo, residem dentro da nossa própria cabeça. Por isso, alinhar o nosso mindset e prepararmo-nos para o que aí vem é fundamental.

Cometi muitos erros, quando comecei a empreender. O meu principal erro veio na sequência de me sentir finalmente livre de amarras  e de poder desenvolver os projetos que quisesse. Por esse facto não clarifiquei os objetivos nem a estratégia para os atingir, o que fez com que gastasse demasiada energia, com muito poucos resultados.

Mas cometi muito mais erros, com os quais aprendi muito e hoje ajudo as minhas alunas a poupar tempo e dinheiro nos seus negócios, prevenindo os erros que eu já cometi.

Comparando com a tua atual atividade profissional como empreendedora com o trabalho que tinhas antes, que diferenças destacas?

Ao fim de 32 anos de ensino, o entusiasmo tinha dado lugar ao desencanto. A Escola é um modelo desatualizado e penalizador para quem almeja mais do que simplesmente cumprir o seu horário. Está demasiado formatada e, na minha perspetiva, deixou de ser um lugar criativo e feliz. A sensação que eu tinha era a de não ter meios para desempenhar um trabalho eficaz e eficiente, que contribuísse efetivamente para a formação de cidadãos de valor e de valores. A tal não foi alheia a persistente desvalorização durante décadas do papel dos professores, cujo desencanto culminou na situação de escassez dos mesmos, em que hoje nos encontramos.

Passava a semana a suspirar por sexta feira e, apesar de ser o tempo um dos nossos bens mais preciosos, não conseguia aproveitar a totalidade dos meus dias. Finalmente chegava o fim de semana e a merecida pausa. Mas o domingo de manhã já me recordava a rotina desencantada da semana que se aproximava, e à medida que a noite vinha aumentava a ansiedade da proximidade de mais uma semana de desencanto.

Desde que sou empreendedora, nunca mais pude garantir um fim de semana sem trabalho, ou um feriado, mas todos os meus dias contam, todos os avanços dos meus projetos me estimulam e me fazem crescer e sentir que vale a pena.

E, o mais importante de tudo, nunca mais tive a ansiedade do domingo à noite e muito menos o desespero da segunda feira. 

Que dicas gostarias de partilhar para quem quer dar os primeiros passos numa carreira empreendedora?

Se já não te sentes feliz e motivada com aquilo que fazes, não percas mais dias da tua vida assim. Por muito desafiante e assustadora que seja a mudança, é do outro lado dela que fica o teu lugar de felicidade.

Procura aprender mais, sempre. Desenvolve as tuas competências e promove o teu crescimento pessoal. Procura mentores que te levem mais longe, mais rápido. Faz network, encontra a tua tribo de pessoas com as mesmas expectativas, com os mesmos desafios.

Não precisas, nem deves correr riscos desnecessários. Prepara-te para o plano B e faz essa transição gradualmente. Coloca objetivos e estratégia nos teus sonhos e faz acontecer. Somos feitos da mesma massa que os nossos heróis.

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